tag:blogger.com,1999:blog-29512040462845468612024-03-13T07:53:42.499-07:00afromemoriaOlá a todos(as)!
A criação do afromemoria via publicar, divulgar e fomentar a pesquisa em torno na cultura e história negra em Santa Catarina. A partir de agora estaremos trazendo indicações de leitura, filmes e músicas além de muita informação sobre a temática negra. O afromemoria propicia a troca de idéias, conhecimentos e saberes. Entre, participe e conheça a história de Santa Catarina como você nunca viu.Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-19572706741686165112009-11-22T17:42:00.000-08:002009-11-23T07:51:03.309-08:00Racismo e violência na novela das oitoAbaixo, transcrevo artigo que problematiza cenas de violência, submissão induzindo práticas preconceituosas e racistas.<br /><br /><br /><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SwnpeyGho3I/AAAAAAAAAEg/K_4Km-c9gHk/s1600/tereza-bate-helena-600.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407109542689481586" style="WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 170px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SwnpeyGho3I/AAAAAAAAAEg/K_4Km-c9gHk/s320/tereza-bate-helena-600.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br />Os dias de glamour da primeira Helena negra foram poucos. No capítulo de ontem (16/11/09), numa cena que fazia uma alusão direta à noção de soberania branca, a personagem negra se ajoelha aos pés da mulher branca e pede perdão. Após isso, dotada de toda autoridade, a "mãe branca e zelosa" dirige um violento tapa na cara na personagem negra que resignadamente aceita a punição. A cena chocou diversas pessoas. No caso particular das mulheres negras, todas se recusaram a se reconhecer daquela forma e se revoltam contra aquela atitude submissa e passiva diante da violência racial. Aquela cena teve uma repercussão desastrosa em cada uma de nós. A postura submissa da Helena negra vai contra a forma como hoje, e sempre, reagimos à violência racial e ao autoritarismo, seja pelo amparo da lei, seja impondo respeito diante daquele ou daquela que insiste em rememorar os tempos da escravidão, cobrando de nós o eterno deferimento e subserviência. Assim, a trama da novela vai contra a política e debates atuais que visam a igualdade de direitos e a postura autônoma que praticamos no nosso cotidiano e ensinamos a nossas jovens e crianças negras. A cena de ontem também vai contra os argumentos daqueles que se negam a admitir a existência do racismo no Brasil, que se afirma no imaginário do autor. O capítulo de ontem, por si só, fala da insistente crueldade da elite brasileira de negar o problema do racismo ao mesmo tempo em que, de maneira nefasta, não abre mão de se manter numa posição privilegiada. A Helena negra é culpada por ter abortado, por ter casado com um homem branco e por não ter "cuidado" devidamente da enteada, numa relação que muito nos lembra mucama e sinhazinha. Não só Helena, mas também a personagem da atriz Sheron Menezes tem a mesmo postura submissa, que paga (literalmente)um alto preço para estar com um homem branco. Ambas sucumbem diante da supremacia branca retratada na televisão brasileira, ambas não tem dignidade e não representam a luta cotidiana dos homens e mulheres negras que diariamente enfrentam o racismo neste país. Ao que me parece, é muito difícil para a dramaturgia brasileira esconder este ranço ordinário da mentalidade escravocrata e racista.<br /><br /><br /><br />Luciana Brito Movimento Negro Unificado-Bahia<br />Mestre em HistóriaOriginal Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-48694631822378788262009-11-09T16:20:00.000-08:002009-11-22T17:55:53.162-08:0020 de novembro agora é feriado<a href="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SwnrnxdlLgI/AAAAAAAAAEo/t57InS86Zyw/s1600/marciosouza.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407111896159825410" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 214px; CURSOR: hand; HEIGHT: 297px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SwnrnxdlLgI/AAAAAAAAAEo/t57InS86Zyw/s320/marciosouza.jpg" border="0" /></a><br /><div>É de autoria do Vereador Márcio de Souza (PT), o projeto de lei n° 12.166/2006 que institui o dia 20 de novembro como feriado municipal. A referida lei foi aprovada hoje (09/11/2009) na Câmara de Vereadores de Florianópolis, por unanimidade, fazendo vibrar seleta platéia representante de segmentos culturais e políticos da comunidade negra local. O dia 20 de novembro, alvo da lei, homenageia a luta de Zumbi dos Palmares, líder do famoso Quilombo dos Palmares, assassinado em 1695 na Serra da Barriga, Estado de Alagoas. Morreu o homem, ficou a ideologia! Passados mais de 300 anos de sua morte, enfim, o Estado brasileiro começa a reconhecer a importância dessa luta contra a escravidão e, que hoje é resignificada em cada brasileiro na busca por melhores condições de vida. Atualmente, 306 municípios brasileiros já decretam o dia da consciência negra como feriado, em cujo dia são promovidas diversas ações sociais em prol da cultura de matriz africana. Florianópolis, berço de importantes nomes da nossa cultura, a exemplo de Cruz e Souza, Antonieta de Barros, Ildefonso Juvenal, Trajano Margarida, Neide Maria Rosa, Valda Costa entre outros, não poderia ficar de fora dessa grande campanha popular. Feliz do povo que pode guardar na memória os feitos de seus antepassados, e mais feliz ainda é o povo que ao lutar, dançar e rezar revive no corpo a memória de sua história.</div>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-8475661239029605062009-10-26T06:18:00.000-07:002009-11-03T05:03:18.083-08:00Racismo CordialO caso de racismo sofrido pelo artista plástico Décio Davi demonstra uma das inúmeras facetas do nosso racismo cordial: a ignorância como forma de exclusão. As denúncias publicadas no jornal Notícias do Dia em 14 e 15 de outubro, intituladas <em>A Maricota negra fora da festa</em> e <em>Criação sem limites</em> descrevem o constrangimento sofrido pelo artista que fora obrigado a pintar de branco uma Maricota negra, durante a 16ª Feira da Cultura Açoriana (Açor), ocorrido em Palhoça. A ordem para tal ação teria partido de Joi Cletison, historiador e coordenador da feira. O negro, em sua visão não apresenta relação com a cultura açoriana, justificando assim descabida ordem impositiva. Talvez, seja o caso de elencar alguns pontos históricos acerca do tema. Primeiro, sabemos que “tradição” é uma categoria inventada socialmente, segundo afirma Eric Hobsbawm em <em>A invensão das tradições</em>. É possivél que alguns desconheçam a história da criação do açoariano como elemento positivo da cultura catarinense, fato ocorrido durante o 1° congresso de cultura catarinense, 1948. Todavia, isso não significou a omissão do negro na cultura local, sendo que parte das esculturas de Franklin Cascaes traz o negro na condição de sujeito cultural, como demostrado no livro de Patricia de Freitas. A troca cultural entre os povos, ao longo dos milenios é uma constante, ainda mais quando analisamos o Arquipelágo de Açores, localizado nas proximidades da rota maritma entre Portugual e Marrocos. Afirmar que o africano não possui influência cultural nesta região é desconhecer, no minímo, a história Ibérica e a do norte de África. A leitura do livro de José Ramos Tinhorão, <em>O negro em Portugal</em>, torna-se relevante. Não se busca aqui regeitar ou omitir as indissiocrácias da cultura açoriana, porém negar a contribuição negra na cultura brasileira de ontem e de hoje denota desconhecimento histórico e em outros casos racismo esplícito. Existem formas de se evitar a repetição de episódios como este; a realização de estudos sobre a presença do negro na cultura açoriana, formação para educadores e servidores públicos, aliado a aplicação da lei federal 10.369/03, tornam-se urgêntes.<br /><span style="font-size:78%;">Artigo publicado no jornal Notícias do Dia, em 03 de novembro de 2009</span>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-84318441183252563952009-01-19T05:05:00.001-08:002009-01-19T05:16:03.115-08:00Camisetas de São Jorge<a href="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SXR7hsvMi_I/AAAAAAAAADk/q5yCXjX_DvU/s1600-h/DSC02548.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292991280942189554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 150px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SXR7hsvMi_I/AAAAAAAAADk/q5yCXjX_DvU/s200/DSC02548.JPG" border="0" /></a><br /><div></div><br /><p>As belas modelos, Fabiane e Dandar, trazem as novas camisetas e baby loock de São Jorge. </p><p>Cores: Branco, Preto e vermelho</p><p>Tamanhos: P, M, G e GG</p><p>Pedidos pelo blog, orkut ou por email (<a href="mailto:fabiogarciahistoria@hotmail.com">fabiogarciahistoria@hotmail.com</a>)</p><p> </p>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-88132413899449135592009-01-19T04:55:00.000-08:002009-01-19T05:04:26.057-08:00Intelectuais Negros<p align="left"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SXR4gorfPxI/AAAAAAAAADc/ORkiEATX2j4/s1600-h/Revista%2010.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292987964138143506" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 150px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SXR4gorfPxI/AAAAAAAAADc/ORkiEATX2j4/s200/Revista%252010.jpg" border="0" /></a></p><p>Saiu a edição nº10 da revista História Catarina, nela publicamos artigo sobre os intelectuais Ildefonso Juvenal, Antonieta de Barros, Trajano Margarida e João Rosa Júnior. Vale a pena conferir.<br />Abraços,<br />Fábio </p><p>A venda na livraria livros & livros (centro e UFSC).</p>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-82733170555839120992008-11-25T20:22:00.000-08:002008-11-25T20:24:47.057-08:00Consciência Negra<strong>O texto abaixo foi publicado no jornal Notíciais do Dia em 20 de novembro de 2008.</strong> <br /><br /><br />Neste dia, rememoramos os feitos de Zumbi dos Palmares, morto no dia 20 de novembro de 1695, como o dia nacional da consciência negra. À frente de 20 mil habitantes, Zumbi lutou em prol da liberdade de sua população numa epopéia afro-brasileira contra a escravidão que durou mais de cem anos. Devido a sua bravura e perseverança seu nome encontra-se gravado no livro de ouro do Planalto Central como herói nacional.<br /><br />As homenagens feitas a Zumbi começaram no ano de 1971, organizado por um grupo de militantes negros gaúchos preocupados em tornar o negro sujeito de sua história, em contraposição ao dia 13 de maio que era visto como uma data oficial e com pouco enfoque na trajetória de resistência empreendida pelos negros no combate ao antigo regime.<br /><br />Finda a escravidão novos dilemas raciais impossibilitaram ao negro o acesso aos mecanismos de empoderamento econômico e cultural. Diversas práticas segregacionistas e de exploração econômica continuaram a existir ao longo do século XX. No cotidiano das relações domésticas as empregadas somente viram seus direitos trabalhistas revistos em 2006. Os trabalhadores rurais mantidos em regime de escravidão foram assistidos pelo Estado a partir de 1995. O aliciamento de mulheres e crianças à prostituição ainda co-existe aos direitos internacionais em defesa da integridade humana. Ao pesarmos o dia 20, como dia da consciência negra, estamos também propondo reflexões e ações no sentido de se combater todas estas formas de discriminação e desigualdades sociais. <br /><br />Zumbi, cujo significo é “aquele que não morre”, deve inspirar os corações de cada militante ou simpatizante da luta anti-racista na promoção de uma sociedade mais igualitária.Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-58951772154367750042008-11-16T14:14:00.000-08:002008-11-16T14:17:51.904-08:00Olá a todos(as)!<strong>Trazemos abaixo a reflexão precisa do professor Henrique Cunha Júnior, militante e intelectual negro, acerca da participação do Estado brasileiro na manutenção das desigualdades sócio-raciais. <br /></strong><br /> <strong> <span style="font-size:130%;">Abolição inacabada e a educação dos afrodescendentes</span></strong><br /> Henrique Cunha Júnior<br /><br /><strong>O dever histórico ou o devir histórico</strong>.<br />Estamos em meio às comemorações dos 120 anos de abolição do escravismo criminoso no Brasil. O tema foi pautado pelos movimentos sociais afrodescendentes como “120 anos de abolição inacabada”. A abolição foi um processo que deveria ter produzido uma revolução social e modificado de forma substancial a vida dos ex-escravizados, mas foi freada e ficou inacabada quando as políticas sociais em favor dos afrodescendentes.<br />Nós também estamos com uma década de lidas e batalhas profundas para aprovação e implementação da Lei 10.639/03 sobre a história e a cultura de africanos e afrodescendentes na educação brasileira. Lei que resulta de um intenso conflito de opiniões entre o estado brasileiro e o movimento negro, e finalmente se inscreve como mais uma das conquistas desta militância. As disputas entre o estado brasileiro e o movimento social negro tiveram maior amplitude desde a Marcha Zumbi 300 anos, realizada em novembro de 1995 em Brasília, ocasião na qual se reuniram mais de 20.000 (vinte mil) ativistas, segundo nota do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal em apenas um dia de protesto. Dia este que a imprensa nacional fez por ignorar, como forma de ofuscar a importância do ato e de minimizar a sua importância política. <br />A Lei 10.639/03 foi promulgada em janeiro de 2003, produzindo a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Até o presente a Lei não foi implementada de maneira condigna nos sistemas municipais e estaduais de educação. Tampouco obteve a devida atenção pelos programas de formação de professores e de graduação das universidades. As universidades brasileiras, de modo geral, praticamente ignoram a Lei, não movendo ações para dar suporte a sua implantação. Temos também por estes motivos, um processo educacional iniciado, mas ainda inconcluso.<br />Assim, temos dois eixos de reflexão neste texto sobre a história da educação dos afrodescendentes: “Os 120 anos de abolição inacabada e os 10 anos de projeto de reforma educacional para os afrodescendentes inconclusa”. Pretendemos mostrar as formulações dos movimentos negros sobre a abolição e sobre a Lei 10.639/03 e discutir o conservadorismo da sociedade brasileira em relação aos temas de interesse da população afrodescendente.<br />Quer saber mais?<br />Então acesse: <a href="http://www.espacoacademico.com.br/089/89cunhajr.htm">www.espacoacademico.com.br/089/89cunhajr.htm</a><br />e leia o texto na integra.Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-26583556673552459402008-08-25T05:20:00.000-07:002008-08-25T05:52:56.536-07:00Afromemoria - A nossa miraEm 15 de novembro de 1915, surgia a revista literária Folha Rosea, em Florianópolis, de propriedade de Ildefonso Juvenal e João Melchiades. Espaço destinado aos poetas considerados "novos", era uma resposta aos poetas parnasianos da época. Sua duração, no entanto, foi efêmera e em menos de seis meses as portas da redação já estavam fechadas. Acham-se na biblioteca municipal de Florianópolis os três primeiros números da revista. Sua importância histórica deve-se ao fato de ter sido um instrumento de reivindicação e contestação aos literários que se julgavam "donos" das letras catarinenses. Segue abaixo, a forte crítica de Ildefonso Juvenal aos que viam com menosprezo o surgimento da Folha Rosea.<br /><br /><br />A nossa mira<br /><br />Surge hoje entre risos e festas, a modesta revista “Folha Rosea”.<br />O que pretendemos fazer? Perguntarão todos, cheios de curiosidade. O que pretendemos fazer: é <a href="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SLKnh5DwxfI/AAAAAAAAACk/jUlChAY4IS0/s1600-h/Imagem1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5238433517279430130" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SLKnh5DwxfI/AAAAAAAAACk/jUlChAY4IS0/s200/Imagem1.jpg" border="0" /></a>unicamente pugnar pelos interesses dos “Novos”; facilitando-lhes meios de desenvolver as suas idéias.<br />Sim, porque até então, eles têm sido uns mártires. Ora o grupo dos “beletristas” a tirar-lhes o mérito; ora parte da imprensa a ridicularizar as suas produções.<br />Enquanto a mocidade paranaense associa-se, para unidos desenvolverem a literatura no seu Estado, a nossa mocidade desunida, uma parte deixa-se ficar imóvel; outra vive quer nos cafés, quer nos jardins, nos bondes, a ridicularizar as produções dos principiantes.<br />O saber é privilégio de meia dúzia de rapazes que nasceram sábios, tornaram-se imortais, e hão de voar amanhã em aeroplanos às regiões Parnasianas....<br />Mas os “Novos” erguem-se hoje, e a Folha Rosea há de demonstrar que os pequenos podem ainda sem grandes.Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-22725997300008012562008-08-14T05:56:00.000-07:002008-08-14T06:05:38.590-07:00<div><div><div align="center"><strong>Intelectuais Negros no Sul do Brasil:<br />apontamentos iniciais do contato entre<br />Dario de Bittencourt e Ildefonso Juvenal</strong><br /></div><div><br /><br />Artigo:<br />Por,<br /><a href="http://3.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQrsooaSTI/AAAAAAAAACE/Km2u8u6qZ3U/s1600-h/FABIO.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234356712732510514" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 100px; CURSOR: hand; HEIGHT: 123px" height="186" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQrsooaSTI/AAAAAAAAACE/Km2u8u6qZ3U/s200/FABIO.jpg" width="147" border="0" /></a><br /><br />Fábio Garcia (historiador e escritor) Florianópolis, SC<br /></div><div><br /><br /></div><div align="left"></div><div><br /> </div><div><a href="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQr-qeQb9I/AAAAAAAAACM/QrSNTYD2f_k/s1600-h/PRICILA.jpg"></a> </div><div><br /><a href="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQr-qeQb9I/AAAAAAAAACM/QrSNTYD2f_k/s1600-h/PRICILA.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234357022464438226" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" height="125" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQr-qeQb9I/AAAAAAAAACM/QrSNTYD2f_k/s200/PRICILA.jpg" width="132" border="0" /></a><br /></div><div align="left"></div><div><br />Priscila Bittencourte (acadêmica de jornalismo) Porto Alegre, RS<br /><br /><br />Em tempos de debates públicos acerca de ações afirmativas, voltadas à população negra, é fecundo o estudo do passado como forma de compreensão dos fenômenos e fatos presentes. É comum lermos de autores especializados nessa cultura a afirmação de que a população negra ficou de fora dos processos de acumulação de capitais após a lei Áurea. Esta forma de ver o passado tornou-se ao longo dos anos um mito para quem estuda o desenvolvimento social no início da República. </div><div><br /><br /></div><div align="left"><br />No entanto, estudos mais recentes questionam esta visão da história. Elio Gaspari (Jornal A Notícia, 2006) denunciou o sumiço das educadoras negras no quadro de fotografia da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, da década de 20. Baseando-se no estudo “Diploma de Brancura”, de Jerry Dávila, Gaspari, ao frisar o sumiço acena também para seu inverso, ou seja, a presença das mulheres negras desse setor produtivo da sociedade. Não se deveria estranhar tal presença, tendo em vista que a maioria da população negra no Brasil era composta de homens e mulheres negras. O fato curioso é que a historiografia ao longo do século XX, fez questão de omitir este fato, causando no imaginário social a crença de que a população negra ficou em pior situação social com o fim da escravidão. O que não nós parece ser verdade diante das evidências históricas encontradas. </div><div><br /><br /></div><div align="left"><br />É neste contexto que surgem duas figuras de extrema importância para a história do sul do Brasil, principalmente para os primeiros anos do século XX. São eles Dario de Bittencourt (RS) e Ildefonso Juvenal (SC). Suas trajetórias de vida auxiliam-nos na compreensão das estratégias de mobilidade social elaboradas pela população negra ao longo do processo de abolição, que vai de 1834 a 1888. Se um olhar panorâmico da sociedade brasileira nos oferece uma paisagem branca, pouco bronzeada pelos ventos da África, um olhar mais próximo pode nos trazer surpresas quando há percepção anterior. </div><div><br /><br /></div><div align="left"><br />Uma rápida análise dedutiva pode facilitar o que queremos dizer. Machado de Assis, considerado o maior poeta brasileiro era mestiço, foi ele quem fundou a Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro. Nesta mesma época foi apresentado a um catarinense, também conhecido por seus versos. Tratava-se de Luis Delfino, senador pelo Estado do Rio de Janeiro.<br />Ildefonso Juvenal, por conta da necessidade de criação de um espaço literário que abriga-se democraticamente brancos, negros e mulheres fundou o Centro Catarinense de Letras, em 1925. Dario de Bittencourt, sócio correspondente da agremiação catarinense ajudou na criação da Academia Riograndense de Letras em 1936, da qual seu confrade Ildefonso Juvenal foi nomeado sócio correspondente. E foi justamente nestas terras catarinenses que surgiu a maior expressão do gênero simbolista brasileiro, Cruz e Sousa. Esse influenciou toda uma geração de jovens negros e negras ao campo da literatura. Mas teria sido Cruz e Sousa o único negro de expressiva inteligência de sua época? Acreditamos que não! Como também não esteve sozinha em sua época a educadora e política Antonieta de Barros. Leonor de Barros também se notabilizava por sua atuação social na em meados da década de 20. Soma-se a este quadro os nomes de Trajano Margarida, João Rosa Júnior, Epaminondas Vicente de Carvalho, Eugênio Antônio de Carvalho e tantos outros espalhados por toda Santa Catarina e pelo Rio Grande do Sul.<br /><br />A ampliação de nosso entendimento indica que estes sujeitos não são meros acidentes históricos. Não estavam isolados dos acontecimentos sociais, políticos ou econômicos nos estados do sul. É preciso compreender essas trajetórias em conjunto.<br /><br />Veja o que nos diz Dario de Bittencourt no prefácio do livro “Contos de Natal” de Ildefonso Juvenal:<br />“Ildefonso Juvenal – o suavissimo autor destes suaves ‘Contos de Natal’ – é dos mais distintos autores da pujante ‘Nova Geração’ catarinense”. Mantendo comigo estreitas relações de amizade e de camaradagem literária e comércio espiritual, isso para mais de quinze anos, venho acompanhando, par a passo, a sua fúlgida ascensão no campo das letras, evocando aqui, quando de útil há ele feito, em prol de um mais intenso intercâmbio e de uma melhor aproximação entre os intelectuais de seu Estado e os do Paraná e do Rio Grande do Sul” (grifo nosso), (1939).<br /><br />Dario de Bittencourt<br />No livro "Escritores do Rio Grande do Sul, cujo autor é Ari Martins, membro fundador da <a href="http://2.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQsrG53fPI/AAAAAAAAACU/7mmz9aWwJlc/s1600-h/DARIO.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234357786010680562" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQsrG53fPI/AAAAAAAAACU/7mmz9aWwJlc/s200/DARIO.jpg" border="0" /></a>academia Rio-Grandense de Letras, consta a referência histórica mais completa de Dario de Bittencourt. Nascido em Porto Alegre, RS, no dia sete de fevereiro de 1901. Filho de Aurélio Veríssimo de Bittencourt Júnior e Maria da Glória Quilião de Bittencourt, formou-se em Direito em 1924. Dentre todas as suas atribuições foi diretor do jornal "O Exemplo", poeta e consultor jurídico da Associação Comercial de Varejistas. Pertenceu à Academia Rio-Grandense de Letras, 2º fase, de 1934-44.<br />Dario serviu também de inspiração para trabalhos de professores gaúchos. A professora Maria José Lanziotti Barreras, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul escreveu um livro que acompanha o escritor em duas vertentes da cultura gaúcha: o Castilhismo positivista e a Igreja Católica. Já o professor Helgio Trindade baseou-se em Dario para a sua tese de doutorado focando principalmente a militância da Ação Integralista Brasileira no Rio Grande do Sul. </div><div><br /></div><div align="left"><br />Todo material pesquisado pelos professores foi doado pela família de Dario de Bittencourt para o acervo do núcleo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Uma das fontes contatadas pelos professores foi Dario de Bittencourt Neto, que confirmou a longa pesquisa dos estudiosos para a construção das obras.<br />Na UFRGS são encontrados diversos documentos sobre Dario. Vão desde recortes de jornais sobre suas publicações, poemas, documentos jurídicos, até inúmeras correspondências. E em relação a essas correspondências, o fato interessante é que muitas delas expressam um pouco da cumplicidade de Dario para com seus amigos. </div><div><br /></div><div align="left"><br />Ildefonso Juvenal da Silva<br />Nasceu em de 1884. De sua infância sabemos por intermédios de biógrafos que fora aprendiz de <a href="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQs-Fnm7lI/AAAAAAAAACc/9JrGUTPW298/s1600-h/ILDEFONSO.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5234358112083177042" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKQs-Fnm7lI/AAAAAAAAACc/9JrGUTPW298/s200/ILDEFONSO.jpg" border="0" /></a>tipógrafo na Marinha do Brasil. Em 1914, aos vinte anos de idade lança seu primeiro livro de contos intitulado “páginas singelas” o qual, mereceu o apoio e os elogios de Delminda Silveira, escritora catarinense. Daí em diante não parou mais e de tudo um pouco escreveu e estudou ao longo de sua vida literária e intelectual. Acumulou vários títulos em associações literárias, nos institutos históricos e geográficos de Santa e Catarina e de São Paulo, escrevendo ora em prosa, contos, romances, fatos históricos, cuidados médicos, sobre a história da literatura catarinense.<br /><br />Exerceu as funções de educador, militar, teatrólogo, farmacêutico, comerciante, jornalista e cronista. Contribuiu na fundação de associações negras, literárias e de classe. Esteve à frente do movimento de preservação da memória do poeta Cruz e Sousa, o qual, lançou a idéia de construir um busto em homenagem ao poeta negro. Paralelamente contribuiu na criação da primeira universidade federal no Estado do Paraná no ano de 1923, onde representou o governo de Santa Catarina. Destaca-se em suas ações, as defesas em prol da comunidade negra frente às manifestações de racismo presente na sociedade catarinense.<br /><br />Entretanto, mesmo diante de avolumado material produzido em vida muito pouco encontra-se catalogado ou disponível aos pesquisadores e estudiosos. Sua obra está dispersa em empoeirados arquivos públicos os quais nem sempre recebem a necessária atenção dos administradores culturais.<br /><br />Talvez, a maior contribuição no final de um trabalho de pesquisa como este é “descobrir que a presença negra não ficou à margem da sociedade da época” como alertaram alguns pesquisadores. E mais, notar que ao evidenciar duas personalidades encontramos muitas outras histórias e personagens negros, até então desconhecidos ou pouco conhecidos do grande público. Neste sentido, a história enquanto instrumento social cumpre sua finalidade cientifica, que é de guardar na memória fatos e acontecimentos relevantes à posteridade.<br /><br /><br />Saiba Mais:<br />BARRERAS, Maria José Lanziotti. Dario de Bittencourt: uma inclusão pela cultura política autoritária gaúcha. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998.<br /><br />GARCIA, Fabio. Negras Pretensões: a presença de intelectuais, músicos e poetas negros nos jornais de Tijucas e Florianópolis no início do século XX. Florianópolis: ed. UMBUTU, 2007. </div></div></div>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-7347072686363596662008-08-11T06:58:00.000-07:002008-08-11T07:16:22.299-07:00Personalidades Negras Catarinenses III<a href="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKBI9qe_G_I/AAAAAAAAAB8/JvYauza6VHI/s1600-h/joao.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5233262991217990642" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_AcuoXROjdjU/SKBI9qe_G_I/AAAAAAAAAB8/JvYauza6VHI/s200/joao.jpg" border="0" /></a><br /><div>Para quem gosta de música catarinense não pode deixar de conhecer o maestro João Rosa Júnior. Natural do município de Tijucas, nasceu em dois de dezembro de 1882. Estudou música no exército e no ano de 1912 já regia uma banda musical em Jaraguá do Sul. De grande talento musical compôs o dobrado "Dae a Cesar o que é de Cesar", ainda hoje tocado pela banda musical da Polícia Militar de SC. Sua carreira literária surgiu após estar complemente cego, João era portador do claucoma, mesmo assim, publicou três livros de poemas. João nos deixou cedo, em dez de outubro de 1932. Seus descendentes ainda preservam a memória deste grande catarinense que soube como ninguém lutar contra as adversidades da vida<br />Livros publicados:<br /><br />Pleitos de homenagens (1924),<br />Através de tudo que é divino (1925) e<br />Extremos (1930).<br /><br />Outras atividades: Maestro de diversas bandas militares em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na década de 1910; instrutor de músicas aos rapazes do comercio de Florianópolis; membro do Centro Catarinense de Letras no ano de 1925 e; membro do Centro Cívico e Recreativo Cruz e Souza de Florianópolis em 1927. </div>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-60224964302611329472008-08-05T06:53:00.000-07:002008-08-05T07:09:26.524-07:00Personalidade Negra Catarinense - II<a href="http://bp1.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SJheki216RI/AAAAAAAAABw/57gKXXADL-M/s1600-h/slide0001_image001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5231034949115963666" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://bp1.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SJheki216RI/AAAAAAAAABw/57gKXXADL-M/s200/slide0001_image001.jpg" border="0" /></a> A pesonalidade negra dessa semana é Demerval Cordeiro. Membro da antiga Força Pública (atual Polícia Militar de SC), descatou-se, em sua carreira militar, por ser brilhante orador. No campo intelectual, compôs a equipe de pesquisa e redação sobre o centenário da Força Pública, no ano de 1936, juntamente com o militar Ildefonso Juvenal. Sua preocupação com a preservação da história militar catarinense levaram-o a escrever um opúsculo sobre a fundação do corpo de bombeiros em 1952. Fica aqui mais uma dica de pesquisa e fonte sobre a histórica negra de Florianópolis. Até a próxima semana!Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-5930795801417806092008-07-31T14:26:00.000-07:002008-07-31T14:45:24.741-07:00Caso vivesse Cruz e SousaOlá!<br />O assunto <em>cotas</em> continua em alta. Agora é a vez da UDESC (Universidade Estadual de Santa Catarina), realizar o seu sistema de ação afirmativa. No entanto, algumas pessoas ainda desconhecem o funcionamento deste tipo de política pública e acabam ficando contra estas ações. O texto abaixo visa indagar o leitor acerca de seu conhecimento sobre a (afro) história catarinense. Muitos admiram o poeta Cruz e Sousa, mas caso ele estivesse vivo e defendesse o sistema de cotas, seria ele tão elogiado? O texto também pode ser lido no site: <a href="http://www.agecom.ufsc.br/downloads/Jornal_Universitario_UFSC_n388_032008.pdf">www.agecom.ufsc.br/downloads/Jornal_Universitario_UFSC_n388_032008.pdf</a> e no link do jornal An Notícias: <a href="http://www.an.com.br/2008/fev/04/0opi.jsp">www.an.com.br/2008/fev/04/0opi.jsp</a>. Boa leitura! <br /><br /><br /><br /><br /><a href="http://bp0.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SJIu1ylhEyI/AAAAAAAAABo/bmbFQ_kcjwM/s1600-h/images.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229293618977641250" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://bp0.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SJIu1ylhEyI/AAAAAAAAABo/bmbFQ_kcjwM/s200/images.jpg" border="0" /></a> Em meio aos debates pró e contra o sistema de cotas e a aplicação da história da África na UFSC, aliados ao projeto de mudança do hino de Santa Catarina, lembramos de alguns fatos históricos protagonizados pelos intelectuais negros em Santa Catarina.<br />No caso do poeta Cruz e Sousa, seu mérito intelectual pouco foi reconhecido neste Estado. O poeta de "Missais" lutou contra a escravidão e o preconceito racial, atraindo em vida a inveja e as intrigas de seus opositores; Ildefonso Juvenal, por sua vez, ao lutar contra o racismo de sua época, ajudou a construir cursos de alfabetização, associações negras, jornais literários e até um centro de letras, devido ao impedimento de se ter negros na Academia Catarinense de Letras; no ano de 1918, no município de Lages,<br />era criado o Centro Cívico e Recreativo Cruz e Sousa; em 1920, em Itajaí, fundou-se o Clube de Regatas Cruz e Sousa; em 1915, em Florianópolis, criou-se a Associação dos Homens de Cor. Em todas estas ações buscou-se um único objetivo: lutar contra as<br />diversas formas do racismo brasileiro. Lá se vão mais de 90 anos de luta!<br />Ao se polemizar o sistema de cotas para negros nas universidades, devia-se polemizar também a morte de cada jovem negro pela falta de oportunidades, pelos grupos de extermínio, pela fome ou pelo único fato de terem a cor da pele negra. Vamos polemizar a falta de expectativa social. Se o sistema de cotas incomoda, agride-nos muito mais saber que 46% da população brasileira, por serem negros, não participam dos postos de comando deste País. Não nascemos para ser caso de polícia nem tampouco assistir a tudo de panelas à mão.<br />Perguntar não ofende: os leitores e admiradores de Cruz e Sousa iriam apoiá-lo caso defendesse os interesses da população negra nos dias de hoje?<br /><br />Fábio Garcia<br />Historiador, educador e militante do Movimento NegroOriginal Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-24559344264099930242008-07-28T17:01:00.000-07:002008-07-28T17:04:55.790-07:00Antonieta de Barros<p><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwGv-Xf--N4TjiD7g1eSJZEn-uWyyLSLwge2etZ6w1JN226sL2pFBZliqAmypbBTIWtfCkGPnTwTrZAd888' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></p><p>Retirado de www.acordacultura.org.br</p>Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-88213446775987209392008-07-25T13:29:00.000-07:002008-07-25T13:46:55.969-07:00Personalidades Negras Catarinenses<a href="http://bp1.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SIo5bRqcPwI/AAAAAAAAABU/Cw4ZYweMP48/s1600-h/Imagem1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5227053458277547778" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 88px; CURSOR: hand; HEIGHT: 121px" height="151" alt="" src="http://bp1.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SIo5bRqcPwI/AAAAAAAAABU/Cw4ZYweMP48/s200/Imagem1.jpg" width="108" border="0" /></a>Personalidade negra é o novo quadro semanal do afromemorias. Começamos apresentando o intelectual Ildefonso Juvenal da Silva, nascido em Florianópolis em 10 de abril de 1894, formou-se em Farmácia pelo, já extinto, Instituto Politécnico de Santa Catarina em 1924. Membro da Força Pública (atual Polícia Militar) chegou patente de Major. Aos 71 anos veio a falecer, em 09 de março de 1965. Sua extensa produção literária ainda aguarda maior valorização e reconhecimento por parte de governantes e estudiosos. Para os estudantes de ensino fundamental e médio fica aqui uma ótima dica de estudo sobre o passado da população negra em Florianópolis (para saber mais leia o livro: Negras pretensões). Aos turistas que visitam o litoral catarinense não deixem de conhecer os feitos desta personalidade histórica.<br /><br /><br />Abaixo algumas de suas principais contribuições:<br /><br /><strong>Livros publicados:<br /></strong><em>Cont</em><a href="http://bp2.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SIo5pepxByI/AAAAAAAAABc/Uqa8bgpBDwU/s1600-h/livro.jpg"><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5227053702282544930" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 85px; CURSOR: hand; HEIGHT: 123px" height="95" alt="" src="http://bp2.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SIo5pepxByI/AAAAAAAAABc/Uqa8bgpBDwU/s200/livro.jpg" width="79" border="0" /></em></a><em>os Singelos</em>. Florianópolis: Ed. do autor, 1914.<br /><em>Páginas Simples</em>. Florianópolis: Tipografia do povo, 1916.<br /><em>Florianópolis</em>. Florianópolis: Ed. do autor, 1916.<br /><em>Questão de limites: Paraná e Santa Catarina</em>. Florianópolis, Ed. do autor, 1916.<br /><em>Painéis.</em> Florianópolis: ed. A Phenix, 1918.<br /><em>Relevo</em>. Florianópolis: Livraria Cisne, 1919.<br /><em>Nestor Vitor e Cruz e Souza</em>. Florianópolis: Ed. do autor, 1923.<br /><em>Páginas Singelas</em>. Florianópolis: Folha Nova, 1929.<br /><em>Força Pública do Estado de Santa Catarina (1835-1935).</em> Florianópolis: edição comemorativa de centenário da Força Pública, 1934.<br /><em>Conferência sobre Higiene.</em> Florianópolis: ed. Oficial, 1935.<br /><em>Contos de Natal.</em> Florianópolis: ed. do autor, 1939.<br /><em>Teatro: obras completas.</em> Florianópolis: ed. do autor, 1942.<br /><em>Laguna Engrandecedora da História Catarinense</em>. Florianópolis: ed. do autor, 1944.<br /><em>Ensinado a Ensinar Errado.</em> Florianópolis: ed. do autor 1946.<br /><em>Lages e o seu desenvolvimento cultural: palestra realizada no salão nobre do Instituto de educação de Lajes.</em> Florianópolis: ed. autor, fevereiro de 1947.<br /><em>Eduardo Dias: o mágico do pincel</em>. Florianópolis: ed. do autor, 1948.<br /><em>Contos de Natal: revisado e ampliado</em>. Florianópolis: ed. do autor 1952.<br /><br />Outras atividades:<br />Compõe a Associação dos Homens de Cor, promove atividade cívico-literária sobre o 13 de maio, em 1915;<br />Editor do jornal literário Folha Rosea, no ano de 1915;<br />Em 1918, auxilia na alfabetização dos praças na Força Pública, exercendo patente de Sargento Ajudante na Escola Regimental Marechal Guilherme;<br />Fundador do Centro Cívico Recreativo José Boiteux, em 1920;<br />Professor da Escola Noturna Cruz e Souza (Centro Cívico e Recreativo José Boiteux), em 1920;<br />Ingressa no Instituto Politécnico Farmacêutico de Florianópolis, em 1921;<br /><br />No ano de 1923, é nomeado 2º Tenente da corporação (Força Publica);<br />É um dos fundadores do Centro Catarinense de Letras, em 1925;<br />Em 1926, é posto a disposição do comando geral da Força Pública, para ficar responsável pela farmácia geral da corporação;<br />Sócio efetivo dos Instituto de História e Geografia de Santa Catarina, em 1941;<br />Sócio efetivo do Instituto de História e Geografia de Santos (SP). Membro correspondente da academia Rio–Grandense de letras e do Centro de Letras do Paraná (s/d);<br />Em 1948, compôs a subcomissão de Folclore do Estado de Santa Catarina;<br />Redator de diversos jornais da capital;<br />Diretor da Biblioteca Municipal de Florianópolis.Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-62008590172932561552008-07-24T16:46:00.000-07:002008-07-24T17:03:18.894-07:00Livro: Negras Pretensões<a href="http://bp1.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SIkVu51TdFI/AAAAAAAAAAY/mZKcnfrtsd0/s1600-h/Imagem1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5226732738082731090" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://bp1.blogger.com/_AcuoXROjdjU/SIkVu51TdFI/AAAAAAAAAAY/mZKcnfrtsd0/s320/Imagem1.jpg" border="0" /></a><br />O livro Negras Pretensões - a presença de intelectuais, músicos e poetas negros nos jornais de Florianópolis e Tijucas no início do século XX, resultado de trabalho de conclusão de curso em História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apresentado em julho de 2006.<br />Na publicação, Garcia relata a participação intensa de três intelectuais negros, Ildefonso Juvenal (1894-1965), Trajano Margarida (1889-1946) e João Rosa Júnior (1882-1932) na vida cultural de Santa Catarina, especialmente em Florianópolis e Tijucas em 1915. Naquele ano, Juvenal e Margarida criaram o jornal literário Folha Rosea, espaço em que eles veiculavam artigos, críticas, poesias, composições e peças teatrais. No mesmo ano, os três intelectuais fundaram a Associação dos Homens de Cor, marco na denúncia contra o preconceito racial da época. Os três personagens são pouco citados na historiografia tradicional catarinense, fato que aguçou ainda mais a curiosidade do pesquisador. "Pretendi mostrar, com este trabalho, que a população negra, ao contrário do que se afirmava, não ficou à margem do sistema formal de ensino e contribuiu significativamente para a cultura do início do século XX", comenta Fábio Garcia, 28 anos. Outro fato importante é que a pesquisa extrapola alguns estereótipos como a de que a história dos negros no Brasil é vinculada somente à escravidão. "Houve outros campos de atuação e, em Florianópolis, por exemplo, havia um movimento bastante intenso fomentado pela população negra", comenta. Um exemplo é o de João Rosa Júnior. Hábil maestro e compositor, autor da famosa polca "Daí a César o que é de César", Rosa dá nome a um centro cultural no município de Palhoça, coordenado por seusdescendentes.Para o autor, outros negros fizeram história em Florianópolis além de figuras-símbolo como o poeta simbolista Cruz e Sousa (1861-1898) e da jornalista e escritora Antonieta de Barros (1901-1952), primeira deputada estadual negra de Santa Catarina. "A partir de Juvenal, Margarida e João Rosa Júnior, outros nomes vão surgindo, como Epaminondas de Carvalho, Astrogildo Campos e Agrícola Guimarães, só para citar alguns", explica Garcia. Outra contribuição importante é possibilitar que o livro sirva como material para professores na disciplina de história e cultura afro-brasileira e africana, incluída nos currículos no ensino fundamental e médio com a criação da lei 10.639/2003.<br /><br />COMO ENCONTRAR:<br /><br />O livro custa R$ 20,00 + envio - pedidos pelo e-mail: fabiogarciahistoria@gmail.comOriginal Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2951204046284546861.post-34237131720915153862008-07-24T16:08:00.000-07:002008-07-24T16:30:28.713-07:00Discriminação Racial em FlorianópolisO artigo descrito abaixo foi publicado pelo jornal Notícias do Dia, em 15 de julho de 2008. O fato de ocorreu com a educadora Jeruse Romão, cuja vida tem sido o combate a todas as formas de discriminação e preconceitos. Infezlimente, a educadora, foi acusada de roubo em loja comercial no centro de Florianópolis.<br /><br /><br />Ser negro, no Brasil e em Santa Catarina, ainda é sinônimo de perseguições preconceituosas e práticas discriminatórias. O lamentável caso de discriminação racial sofrido pela educadora Jeruse Romão, em loja comercial no centro de Florianópolis, reacende uma antiga discussão brasileira. Afinal, o racismo brasileiro se dá por critérios biológicos ou econômicos? <br />Por mais que muitas pessoas julguem os casos de racismo como sendo uma consequência da falta de oportunidades e poder aquisitivo ente brancos e não-brancos, o fato ocorrido com Jeruse Romão, que é educadora, pesquisadora de renome internacional e militante do movimento social negro, evidência o quanto o racismo brasileiro não observa a classe social de suas vítimas. Oracy Nogueira, sociólogo paulista, na década de 40, já alertava para as especificidades do racismo brasileiro, dizendo: a identificação do negro brasileiro se dá pelo fenótipo e tonalidade da pele. De tal maneira que quanto maior for o conjunto de características negras do individuo, maior poderá ser a incidência de preconceito e privações sociais sofridos ao longo de sua vida, independentemente da sua conta bancária, formação acadêmica ou profissional; a cor da pele, muitas vezes, serve de base para estabelecer quem deve ou não receber revista policial ou para quem deve viver ou morrer. No caso em questão, recaiu sobre a educadora Jeruse Romão, negra política e cromaticamente, a verdadeira face do nosso racismo. <br />Respeito, dignidade e princípios éticos não são letras mortas; não servem apenas para preencher páginas de livros e tratados sobre direitos humanos. A indignação e denúncia de vexatórias práticas de exclusão e segregação racial devem sempre ter espaço nos veículos de mídia. Neste sentido, felicito a redação deste jornal pela maneira séria e comprometida com que abordou e acolheu esta injustiça racial ocorrida em pleno século 21.Original Capadócia http://www.blogger.com/profile/16146322064145600195noreply@blogger.com2