O artigo descrito abaixo foi publicado pelo jornal Notícias do Dia, em 15 de julho de 2008. O fato de ocorreu com a educadora Jeruse Romão, cuja vida tem sido o combate a todas as formas de discriminação e preconceitos. Infezlimente, a educadora, foi acusada de roubo em loja comercial no centro de Florianópolis.
Ser negro, no Brasil e em Santa Catarina, ainda é sinônimo de perseguições preconceituosas e práticas discriminatórias. O lamentável caso de discriminação racial sofrido pela educadora Jeruse Romão, em loja comercial no centro de Florianópolis, reacende uma antiga discussão brasileira. Afinal, o racismo brasileiro se dá por critérios biológicos ou econômicos?
Por mais que muitas pessoas julguem os casos de racismo como sendo uma consequência da falta de oportunidades e poder aquisitivo ente brancos e não-brancos, o fato ocorrido com Jeruse Romão, que é educadora, pesquisadora de renome internacional e militante do movimento social negro, evidência o quanto o racismo brasileiro não observa a classe social de suas vítimas. Oracy Nogueira, sociólogo paulista, na década de 40, já alertava para as especificidades do racismo brasileiro, dizendo: a identificação do negro brasileiro se dá pelo fenótipo e tonalidade da pele. De tal maneira que quanto maior for o conjunto de características negras do individuo, maior poderá ser a incidência de preconceito e privações sociais sofridos ao longo de sua vida, independentemente da sua conta bancária, formação acadêmica ou profissional; a cor da pele, muitas vezes, serve de base para estabelecer quem deve ou não receber revista policial ou para quem deve viver ou morrer. No caso em questão, recaiu sobre a educadora Jeruse Romão, negra política e cromaticamente, a verdadeira face do nosso racismo.
Respeito, dignidade e princípios éticos não são letras mortas; não servem apenas para preencher páginas de livros e tratados sobre direitos humanos. A indignação e denúncia de vexatórias práticas de exclusão e segregação racial devem sempre ter espaço nos veículos de mídia. Neste sentido, felicito a redação deste jornal pela maneira séria e comprometida com que abordou e acolheu esta injustiça racial ocorrida em pleno século 21.
2 comentários:
É de extrema importância que artigos como este,sejem bem destacados para que a população acredite que "Preconceito"não é como muitos dizem:que faz parte do pássado.Infelizmente ele existe e muitas vezes são excluídos para não podermos provar que nossa raça negra ainda é alvo de ipocresia.Quem predomina verdadeiramente a raça negra assim como eu sabe que no dia a dia muitas vezes somos avistados como pessoas de grupos diferentes;Tendo á certeza que algumas preferências são dadas pra pessoas de cor de pele mais clara,muitos insistem dizer que "brancos".E é com atitudes como estas relatadas em Discriminação Racial em Florianópolis que podemos acreditar que um dia o preconceito pode ser mostrado como um fato do passádo verdadeiramente mostrando nosso espaço.
Tão impactante quanto artigos em jornal é boicotar a tal loja na rua Conselheiro Mafra e tantas outras em Florianópolis que insistem em revistar bolsas de clientes por causa da cor de pele.
Não seria uma ótima campanha para se deflagrar junto à população local? Quem sabe, lançar panfletos com uma lista com os nomes dos estabelecimentos comerciais racistas e distribuí-los no Terminal Cidade de Florianópolis e outros pontos movimentados da cidade. Fica lançada a idéia!
Parabéns pelo blog!
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