terça-feira, 25 de novembro de 2008

Consciência Negra

O texto abaixo foi publicado no jornal Notíciais do Dia em 20 de novembro de 2008.


Neste dia, rememoramos os feitos de Zumbi dos Palmares, morto no dia 20 de novembro de 1695, como o dia nacional da consciência negra. À frente de 20 mil habitantes, Zumbi lutou em prol da liberdade de sua população numa epopéia afro-brasileira contra a escravidão que durou mais de cem anos. Devido a sua bravura e perseverança seu nome encontra-se gravado no livro de ouro do Planalto Central como herói nacional.

As homenagens feitas a Zumbi começaram no ano de 1971, organizado por um grupo de militantes negros gaúchos preocupados em tornar o negro sujeito de sua história, em contraposição ao dia 13 de maio que era visto como uma data oficial e com pouco enfoque na trajetória de resistência empreendida pelos negros no combate ao antigo regime.

Finda a escravidão novos dilemas raciais impossibilitaram ao negro o acesso aos mecanismos de empoderamento econômico e cultural. Diversas práticas segregacionistas e de exploração econômica continuaram a existir ao longo do século XX. No cotidiano das relações domésticas as empregadas somente viram seus direitos trabalhistas revistos em 2006. Os trabalhadores rurais mantidos em regime de escravidão foram assistidos pelo Estado a partir de 1995. O aliciamento de mulheres e crianças à prostituição ainda co-existe aos direitos internacionais em defesa da integridade humana. Ao pesarmos o dia 20, como dia da consciência negra, estamos também propondo reflexões e ações no sentido de se combater todas estas formas de discriminação e desigualdades sociais.

Zumbi, cujo significo é “aquele que não morre”, deve inspirar os corações de cada militante ou simpatizante da luta anti-racista na promoção de uma sociedade mais igualitária.

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